BALANÇO SEMANAL — 19 a 23/06/2017
CNC defenderá preservação do Funcafé e a não ampliação da área cafeeira do Brasil em grupo de trabalho composto pelo CDPC
PRESERVAÇÃO DO FUNCAFÉ — Nesta semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a Portaria nº 1.370, que constitui um grupo de trabalho para estudar mecanismos que permitam ampliar os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
O Conselho Nacional do Café entende que, mais do que buscarmos formas de revigorar a principal fonte de financiamento do setor, precisamos, em especial, preservá-lo, mantendo sua longevidade e evitando que propostas de partes externas ao segmento cafeeiro, desconexas do entendimento e do consenso dos representantes da cadeia produtiva, sejam levadas adiante com o intuito de, ao atender interesses subjetivos e desvinculados à realidade da atividade como um todo, exaurir os recursos do Fundo.
A Portaria também delega ao grupo de trabalho a realização de estudos que viabilizem a renovação do parque cafeeiro nacional, com definição de fonte de financiamento. Essa medida foi proposta pelo CNC, que vê com preocupação a abertura de novas áreas com café, o que poderá gerar um excedente produtivo e o consequente aviltamento dos preços do produto, tirando a competitividade do produtor.
Como contribuição e com a responsabilidade que temos exercido como entidade de classe, manteremos nossa orientação para que não sejam abertas novas áreas com café e que, ao analisarmos a necessidade apresentada pelo mercado, façamos um programa de renovação do parque cafeeiro, regrado e focado na revitalização de áreas onde as plantas estão velhas e nos seus níveis mínimos de produtividade. Recordamos que esse processo deve ser paulatino, atendendo às sinalizações do consumo mundial, para ser conduzido com serenidade e evitar a injeção de café em excesso no mercado.
O grupo de trabalho será formado por representantes das entidades que compõem o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) – Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Conselho Nacional do Café (CNC) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café) – e terá o prazo de 90 dias para concluir as atividades, sendo admitida, caso necessário, uma extensão por mais 30 dias.
MERCADO — Em um movimento descolado dos fundamentos do mercado, que nos últimos três anos sinalizam situação de déficit de oferta, os futuros do café sofreram grandes perdas nesta semana. O forte recuo foi influenciado pelo tombo nos preços internacionais do petróleo, que impactou negativamente grande parte das commodities.