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Balanço Semanal CNC — 09 a 13/07/2018

Colheita da safra 2018 de café avança no Brasil

Até o fim de junho, trabalhos foram concluídos em RO e chegaram à metade no ES para o conilon. A cata do arábica se situou entre 20% e 30%

De acordo com informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) compiladas pelo Conselho Nacional do Café (CNC), a colheita da safra 2018 ganha corpo e avança nas origens produtoras do País, à medida que o clima tem sido favorável para o andamento dos trabalhos.


Como normalmente ocorre, as regiões de cultivo do robusta estão com a cata mais avançada. Em Rondônia, a colheita praticamente acabou, ao passo que chegou à metade do previsto no Espírito Santo – maior produtor dessa variedade –, no final de junho, um pouco abaixo do comum em função das chuvas no primeiro semestre.


Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, as informações que a entidade recebeu vêm ao encontro do apontado pelo Cepea. "Os produtores ainda seguram parte de seu café à espera de melhores preços. O notório é que a qualidade aumentou bem em relação ao ano passado, tanto em Rondônia, quanto no Espírito Santo, com os cafés conilon possuindo menos defeitos e maiores peneiras", informa.


Em relação à variedade arábica, o clima mais firme auxiliou o avanço da colheita. A origem mais avançada é o Noroeste do Paraná, onde os trabalhos chegaram à metade do previsto. Nas demais regiões, a cata oscilava entre 20% e 30% do esperado para a safra 2018 até o final de junho (vide tabela abaixo).

Na terça-feira, 10 de julho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) atualizou sua previsão para a safra 2018 de café no Brasil. A entidade apontou uma produção recorde de 57,3 milhões de sacas de 60 kg, sendo 43,2 mi/scs referentes à variedade arábica e as outras 14,3 milhões à robusta.

Para Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), entidade que representa as principais cooperativas cafeeiras do País, os números do IBGE vêm ao encontro da expectativa do setor e evidenciam que o Brasil não colherá uma supersafra.


"Temos observado muitos especuladores superestimando a safra brasileira, para além de 60 milhões de sacas, com o intuito de depreciar as cotações e adquirirem o produto a preços baixos. Contudo, os estudos dos órgãos governamentais, como IBGE e Conab, desmentem essas especulações", analisa. A Conab estimou a safra brasileira de café em 58 milhões de sacas no mês de maio.


Segundo Brasileiro, a safra atual será maior em função do ciclo bienal da variedade arábica e da melhoria do clima, principalmente no Espírito Santo, maior produtor nacional de robusta. "Uma supersafra, no entanto, está descartada", pondera. O presidente do CNC conclui que o Brasil, com o volume a ser produzido em 2018 e seus estoques, possui condições de honrar seus compromissos com exportações e consumo interno.


Os preços internacionais do café percorreram caminhos opostos na semana, com a variedade robusta recebendo suporte técnico e se valorizando levemente, enquanto as cotações do arábica declinaram, pressionadas pelo câmbio e pela safra brasileira.


Na Bolsa de Nova York, o vencimento set/18 do contrato "C" recuou 255 pontos no acumulado da semana até ontem, negociado a US$ 1,1155 por libra-peso. O vencimento set/18 do café robusta, comercializado na ICE Europe, fechou a sessão de quinta-feira a US$ 1.681 por tonelada, com valorização de US$ 19.


O dólar comercial avançou 0,4% sobre o real na semana, situando-se em R$ 3,8841. Analistas expuseram que a divisa voltou a subir, descolando da tendência das demais moedas de economias emergentes. Segundo eles, não houve um fator principal para a ascensão, porém foi observado fluxo de saída a partir da renda fixa, setor onde as taxas futuras também subiram.


Em relação ao clima, o fim de semana deve ser quente, afastando a possibilidade de geadas e favorecendo os trabalhos de colheita. De acordo com a Somar Meteorologia, o tempo firme predominará em praticamente toda a Região Sudeste.


O serviço meteorológico informa que o tempo deve ficar instável apenas em áreas litorâneas do Espírito Santo, devido aos ventos úmidos que vêm do oceano em direção ao continente. A Somar chama a atenção para o fato de as temperaturas continuarem subindo e já não haver mais condição para formação de geadas.


No mercado interno, as cotações permaneceram praticamente estáveis, aquém do pretendido por muitos produtores. Assim, os agentes permanecem retraídos e os negócios lentos. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon ficaram em R$ 443,50 (+0,1%) e R$ 336,86 (+0,7%), respectivamente.



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