BALANÇO SEMANAL CNC — 13 a 17/07/2020
Colheita avança e não há registro de broca no café do Brasil
Profissionalismo e cuidados empregados pelos produtores mantêm a sanidade e a sustentabilidade da cafeicultura brasileira
A colheita do café no Brasil se aproxima da metade do previsto na safra 2020 e, conforme relatos das cooperativas associadas ao Conselho Nacional do Café (CNC) e também da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), os frutos colhidos apresentam qualidade muito boa e, principalmente, não se observa incidência de broca.
Segundo Silas Brasileiro, presidente do CNC, esse cenário resulta dos cuidados empregados pelos produtores no processo de colheita. “Temos a cafeicultura mais sustentável do mundo e isso é reflexo do profissionalismo e do zelo dos cafeicultores nos processos da pré até a pós-colheita. Este ano, com o advento da pandemia, elaboramos materiais de prevenção aos produtores, que seguiram as recomendações e otimizaram ainda mais os trabalhos de ‘panha’, o que evitará a incidência de broca para a próxima safra”, explica.
O presidente do CNC reforça que é necessário que os cafeicultores mantenham os cuidados no campo para que o cenário permaneça positivo em relação à sanidade dos cafés do Brasil. “Com a evolução da colheita, é fundamental a atenção com os frutos de ‘rastelação’ e a realização da ‘varrição’, de maneira que não deixemos portas abertas à broca, não tendo que elevar os custos para sanar a praga em 2021”, comenta.
Para a safra 2020 de café, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um volume entre 57,2 milhões e 62 milhões de sacas de 60 kg. “Os números oficiais do governo brasileiro são os mais confiáveis, pois a estatal possui a melhor estrutura e o maior número de profissionais para a realização dos levantamentos”, conclui Silas Brasileiro.
Funcafé repassa capital para levantamentos de safra
Conab recebe recursos para terceiro e quarto levantamentos da safra 2020 e ao primeiro estudo da colheita 2021 no Brasil
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) repassou R$ 445 mil do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), na semana passada, à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a realização dos terceiro e quarto levantamentos da safra 2020 de café e para o desenvolvimento do primeiro estudo da colheita 2021 no Brasil, trabalho que conta com o apoio do Conselho Nacional do Café (CNC).
De acordo com o presidente do CNC, Silas Brasileiro, a entidade coordenou, junto às demais representações da cadeia produtiva e ao governo federal, no âmbito do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), a definição desse valor a ser repassado para a estatal.
"Temos uma preocupação permanente com as previsões de safra e de estoques feitas pela Conab. Nesse contexto, dentro do CDPC, sempre coordenamos e apoiamos o montante de recursos do Funcafé a ser destinado para os trabalhos de levantamento, de forma que a Companhia tenha as melhores condições para fazer as pesquisas", comenta.
Brasileiro anota que os levantamentos oficiais da Conab são os mais confiáveis sobre a safra de café no Brasil e contribuem para combater o excesso de especulação que existe a respeito da colheita no país, o maior produtor mundial do produto.
“Por meio do fomento aos números oficiais, os associados do CNC e todos os produtores poderão ver que são dados críveis passados ao mercado e que embasarão a implantação de um planejamento eficaz em nosso dia a dia”, conclui.
REPASSE A AGENTES – Na quarta-feira, 15 de julho, o Banco Safra firmou contrato com o Ministério da Agricultura para operar R$ 298 milhões do Funcafé na temporada 2020. Conforme apuração do CNC, foram repassados, até o momento, recursos a 17 instituições financeiras, contabilizando a disponibilização de R$ 3,032 bilhões para a safra cafeeira atual, ou 53,1% do total de R$ 5,710 bilhões.
CNC congratula Federação colombiana por seu aniversário
Conselho destaca trabalhos da FNC, que retribui dizendo que Brasil é exemplo a seguir na geração de bem estar a produtores
Com o objetivo de manter, diariamente, um bom relacionamento com os demais países produtores, o Conselho Nacional do Café (CNC) estreitou comunicação com a Colômbia ao parabenizar o país vizinho pelo seu dia nacional do produto e pelos 93 anos da Federación Nacional de Cafeteros (FNC), no último dia 27 de junho.
“A Colômbia é uma liderança inconteste junto aos demais produtores centrais e africanos. Buscamos sempre essa proximidade para o alinhamento das melhores políticas à cafeicultura e aos cafeicultores em nível mundial. E, claro, não poderíamos deixar de enaltecer e parabenizar a Federación por seu aniversário e todo o trabalho que desenvolve”, diz Silas Brasileiro, presidente do CNC.
“Em meu nome e em nome das mais de 550 mil famílias cafeeiras da Colômbia, externo nosso agradecimento pelas manifestações (...) É nossa meta continuar o trabalho que gere bem estar a nossos cafeicultores e vocês são um grande exemplo a seguir”, retribui Roberto Velez Vallejo, gerente geral da FNC.
Mercado cafeeiro oscila pouco durante a semana
Alta técnica compensou perdas geradas por incertezas quanto ao consumo devido à pandemia do novo coronavírus
Os futuros do café andaram de lado nesta semana, com a alta técnica de ontem (16) compensando as perdas anteriores, que ocorreram em meio às incertezas quanto ao consumo devido à pandemia do novo coronavírus, à evolução da colheita no Brasil e à não previsão para frio extremo no país, sem possibilidade de geada.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento set/20 encerrou a quinta-feira a US$ 0,9835 por libra-peso, acumulando alta semanal de 95 pontos. Na ICE Europe, o vencimento set/20 teve incremento de US$ 46, cotado a US$ 1.243 por tonelada.
O dólar comercial teve desempenho apenas 0,1% superior na comparação com o fechamento da semana antecedente. A divisa norte-americana oscilou com base em movimentos técnicos e finalizou a sessão de ontem a R$ 5,3279.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que o fim de semana será seco na Região Sudeste, favorecendo os trabalhos de colheita. A previsão é que o sol predomine e não chova em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, havendo leve elevação da temperatura no território paulista.
No mercado físico, onde compradores e vendedores seguem retraídos, as cotações pouco oscilaram na comparação semanal. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 490,91/saca e R$ 349,26/saca, respectivamente com altas de 0,4% e 0,6%.