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BALANÇO SEMANAL CNC — 20 a 24/07/2020

CNC contesta especulações e reafirma que não haverá safra recorde


Presidente rebate números especulativos e reforça que o Brasil deverá produzir volume próximo a 60 milhões de sacas de café

"A safra 2020 de café do Brasil não será recorde e se situará próxima a 60 milhões de sacas, conforme os números oficiais levantados pelo governo federal". A afirmação é de Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), diante das especulações existentes sobre o volume a ser colhido pelo país na temporada atual.


Para ele, os insistentes números apresentados por agentes internacionais podem ter a intenção de depreciar as cotações do produto.


“Esquecem-se, porém, que tirar a renda e a competitividade do produtor, impactará significativamente na produção em médio e longo prazo, pois veremos uma oferta em declínio e a consequente elevação dos preços diante da falta de café", afirma.


Brasileiro recorda que o cenário ideal é o equilíbrio na balança de oferta e demanda, com todos os agentes recebendo suas margens.


"Volumes de produção e consumo equilibrados geram ganhos a todos os segmentos, a sustentabilidade econômica da cadeia e evita-se sobrepreços aos consumidores”, analisa.


O alerta do presidente do CNC se dá em meio a um cenário de incertezas quanto ao consumo da bebida em função dos impactos da pandemia da Covid-19.


Segundo ele, a flexibilização que vem ocorrendo na Europa e na Ásia, continentes que contém grandes países consumidores e importadores do café brasileiro, permite a retomada do consumo fora de casa.


"Com essa abertura de cafeterias, restaurantes e demais estabelecimentos, teremos uma sinalização de qual será o impacto no consumo. Não podemos esquecer que o inverno ainda está para chegar no Hemisfério Norte e a tendência é que se consuma mais café", recorda.


“A partir de setembro, já vemos as folhas das árvores mudando para uma coloração amarronzada e sentimos o clima bem mais frio em potenciais países consumidores”, completa.Em relação à oferta do maior produtor mundial, Brasileiro recorda que a colheita avançou para pouco mais da metade atualmente e que ainda há que se ficar atento ao clima nos próximos dias.


"Temos previsão para a chegada de uma frente fria na próxima semana, que derrubará as temperaturas no cinturão produtor de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná. Precisa-se monitorar para ver se não há possibilidade de geadas, assim como também ficar de olho para a ocorrência de chuvas, as quais afetam a qualidade do café na época da colheita", alerta.


Brasileiro conclui reforçando que o CNC sempre se posicionará de maneira coerente, com números reais sobre oferta e demanda, “para que o cafeicultor possa planejar sua atividade e ter o melhor desempenho possível”.



Repasses do Funcafé a agentes somam R$ 3,632 bilhões

Até o momento, 21 instituições financeiras receberam o recurso para operarem na safra 2020 de café


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) assinou, nesta semana, mais quatro contratos com agentes financeiros credenciados a operarem recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) na safra 2020 de café.


Conforme apuração do Conselho Nacional do Café (CNC), com os repasses realizados para Sicredi, Central Crediminas, Banco Votorantim e Sicoob Central-ES, o volume do Funcafé disponibilizado a 21 instituições financeiras chega a R$ 3,632 bilhões, ou 63,6% do total de R$ 5,710 bilhões para o ciclo cafeeiro atual.


Futuros do café estendem ganhos nos mercados internacionais

Cotações foram puxadas por recompra de posições por parte dos fundos e enfraquecimento do dólar


Os contratos futuros do café estenderam as fortes altas ocorridas na sexta-feira passada e encerraram a semana valorizados no mercado internacional. Na Bolsa de Nova York, o vencimento set/2020 fechou a sessão de ontem a US$ 1,075 por libra-peso, acumulando ganhos de 520 pontos. Na ICE Europe, o vencimento set/2020 avançou US$ 57, cotado a US$ 1.350 por tonelada.


Segundo analistas, a alta foi puxada por recompra de posições por parte dos fundos e pelo enfraquecimento do dólar. Contudo, eles apontam que os fundamentos sugerem cautela, já que a colheita de café no Brasil caminha sem adversidades climáticas, o que deve garantir a oferta global nos próximos meses.


Na outra ponta, acredita-se que as cotações se sustentem nos níveis atuais, já que, abaixo de US$ 1 por libra-peso, o interesse nos negócios diminuiu, refletindo em baixa comercialização e pouca volatilidade.


A moeda norte-americana declinou 3,1% no acumulado da última sexta-feira até ontem, encerrando o pregão a R$ 5,2134. O fraco desempenho se deu em função da possibilidade de avanço nas reformas após a entrega do governo de proposta de reforma tributária ao Congresso Nacional, da aprovação de um fundo bilionário de recuperação na Europa e do noticiário positivo sobre testes para vacinas contra o novo coronavírus.


Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que o tempo quente e seco, que favorece o andamento da colheita, deve começar a mudar na próxima semana, com a chegada de uma frente fria no Sudeste entre os dias 29 e 30. Há previsão para ocorrência de chuvas, com baixo volume, no leste de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, elevando a umidade do ar. Na sequência, uma nova massa de ar frio chega à Região e derruba as temperaturas.


No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informa que as cotações avançaram e negócios vêm sendo registrados, mas a liquidez segue limitada. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 509,02/saca e R$ 361,51/saca, com altas de 0,9% e 1,3%, respectivamente.

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