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BALANÇO SEMANAL CNC — 24 a 28/08/2020

CMN confirma menor juro da história para a cafeicultura


Colegiado ratificou pleito coordenado pelo CNC e aprovado por todos os segmentos da cadeia produtiva no CDPC


O Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou, em reunião ordinária realizada ontem, que a cafeicultura brasileira terá o menor juro de toda a sua história. Produtores e cooperativas poderão contratar os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) com taxas de até 5,25% e industriais e exportadores de até 6,75%.


A decisão do colegiado, que resultou na Resolução n° 4.849, atende a um pleito coordenado pelo Conselho Nacional do Café (CNC) - saiba mais - e aprovado por todos os segmentos da cadeia produtiva no Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC).


"A cafeicultura não parou diante da pandemia do novo coronavírus, mas a Covid-19 trouxe impactos sobre o setor. Diante disso, é fundamental contarmos com juros mais acessíveis para a tomada de crédito, principalmente para os produtores. Essa é uma conquista que certamente contribuirá para a retomada efetiva e ainda mais eficaz da cafeicultura quando passarmos a pandemia", comenta o presidente do CNC, Silas Brasileiro.


Com a definição de ontem, os mutuários poderão tomar recursos do Funcafé a uma taxa de até 5,25% nas linhas de Custeio, Comercialização, Financiamento para Aquisição de Café (FAC) para Cooperativas e Recuperação de Cafezais, abaixo dos juros de 6% do Plano Safra. Para as linhas de Capital de Giro a Indústrias e FAC aos demais tomadores, a taxa será de até 6,75%.


"Essa redução foi possível em função da diminuição da remuneração do Fundo para 2,25% mais spread bancário flexível de 0% até 3% para cafeicultores e cooperativas de produção e entre 0% e 4,5% para indústrias e exportadores”, explica Brasileiro.


Até a publicação da Resolução CMN n° 4.849, a taxa máxima, na safra 2020, para cooperativas e produtores era de até 6% (3% para o Fundo e 3% de margem aos agentes) e, para indústrias e exportadores, de até 7,5% (3% ao Funcafé e até 4,5% de spread).


O presidente do CNC recorda que, com a possibilidade de negociar o spread com as instituições financeiras, os tomadores poderão ter taxas abaixo de 5,25% ao ano nos empréstimos do Funcafé. “Os juros máximos são de até 5,25% e 6,75%, conforme as linhas de financiamento, mas produtores, cooperativas, exportadores e industriais têm a possibilidade de negociar a margem com os agentes”, explica.


Brasileiro anota, ainda, que a redução permitirá a otimização na aplicação dos recursos do Fundo e beneficiará, principalmente, os cafeicultores. "Essa medida mantém a essência do Funcafé, que é fomentar a cadeia produtiva, principalmente os produtores, frente às dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e seus impactos no cenário macroeconômico”, finaliza.



Liberação de recursos do Funcafé chega a R$ 1,6 bilhão


Montante corresponde a 35% do total de R$ 4,5 bi contratados pelos agentes junto ao Fundo até o momento


Segundo apurações do Conselho Nacional do café (CNC) junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a liberação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) aos agentes financeiros, na safra 2020, chegou a R$ 1,592 bilhão até o dia 21 de agosto.


O montante liberado às instituições representa 35% do total contratado por bancos e cooperativas de crédito junto ao Fundo no ciclo cafeeiro atual, que soma R$ 4,546 bilhões até o momento. Para a temporada 2020, o Funcafé disponibiliza um total de R$ 5,710 bilhões.


Do volume repassado até agora, R$ 736,4 milhões foram destinados à Comercialização, o que corresponde a 32% do disponibilizado para esta linha; R$ 402,4 milhões para Custeio (25,2%); R$ 262,1 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café - FAC (22,8%); e R$ 190,9 milhões para Capital de Giro (29,4%).

CONTRATOS ASSINADOS

Até hoje, 28 instituições financeiras assinaram contratos para o recebimento de recursos do Funcafé, somando um valor de R$ 4,546 bilhões, o que equivale a 79,6% do total de R$ 5,710 bilhões disponíveis. Ainda restam quatro agentes – Santander Brasil (tomou parcialmente os recursos), Itaú Unibanco, Citibank e Banco do Brasil – que se credenciaram para rubricar os contratos, envolvendo um montante de R$ 1,164 bilhão.



CNC solicita mais recursos para pesquisa cafeeira no Brasil


Conselho pede mínimo de R$ 15 milhões para inclusão na proposta orçamentária em elaboração pelo Poder Executivo para 2021


O Conselho Nacional do Café (CNC) solicitou à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, a ampliação do volume de recursos destinados à pesquisa cafeeira, para um mínimo de R$ 15 milhões, na proposta orçamentária em elaboração pelo Poder Executivo para o ano de 2021 – PLOA 2021.


Segundo o presidente Silas Brasileiro, o pleito reforça um pedido da Embrapa Café, entidade coordenadora do Consórcio Pesquisa Café, ao informar que, atualmente, a proposta orçamentária sugere a alocação de apenas cerca de R$ 6 milhões para o programa nacional de pesquisa.


"Se apenas esse montante de recursos for aprovado, será prejudicado o andamento das pesquisas em curso e da nova carteira de projetos, orientada pelo setor privado conforme suas necessidades práticas do dia a dia, e aprovada pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC)", explica.


O CNC solicitou à ministra que, na ação orçamentária 20Y8 - "Desenvolvimento da Cafeicultura" (Planos Orçamentários 0002 e 0006), do PLOA 2021, estejam previstos o mínimo de R$ 15 milhões, volume que analisa como necessário para a continuidade do programa de pesquisa no país.


"Esses recursos também viabilizarão a transferência das tecnologias e conhecimentos gerados a técnicos e cafeicultores e a necessária renovação de laboratórios e áreas experimentais das instituições membros do Consórcio Pesquisa Café, que se encontram depauperadas, incluindo nossos preciosos Bancos Ativos de Germoplasma, devido à falta de investimentos nos últimos anos", completa.


Silas Brasileiro recorda que foi a ciência que conduziu a cafeicultura nacional ao posto de mais sustentável e competitiva do mundo, status que o país só conseguirá manter com um programa de pesquisa ativo, fortalecido e dinâmico.


"A cadeia café precisa do apoio do Governo para que os investimentos em pesquisa sejam mantidos no montante necessário para que avanços continuem ocorrendo na redução de custos, aumento de qualidade, produtividade e na promoção da bioeconomia no setor. O Brasil é o único país do mundo que pode atender à crescente demanda mundial por café e esse fato é fundamental para garantir renda aos produtores rurais, preservando o meio ambiente e gerando riquezas e desenvolvimento para a nação", conclui Brasileiro.



Futuros do café arábica avançam leve em Nova York

Em semana volátil e de imprevisibilidade, preços foram puxados por compras de fundos e perda de força do dólar


Os contratos futuros do café arábica acumularam alta na semana, que foi volátil e marcada por certa imprevisibilidade nos movimentos. As cotações receberam suporte, de forma geral, das compras de fundos e do recuo do dólar.


Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro/2020 subiu 255 pontos, cotado a US$ 1,2235 por libra-peso. Já o vencimento novembro/2020 do café robusta permaneceu praticamente estável na ICE Europe, fechando a sessão de ontem a US$ 1.405 por tonelada (-US$ 1).


Segundo analistas, a movimentação do mercado no acumulado da semana foi embasada em fatores técnicos, não apontando uma tendência definida. Do lado positivo, citam a queda de mais de um milhão de sacas nos estoques certificados da ICE US e o fato de os produtores brasileiros terem travado vendas de parte de até as próximas três safras, sugerindo firme demanda.


Do lado negativo, comentam a boa safra brasileira, estoques razoáveis e uma provável depreciação do real ante o dólar. No entanto, a divisa norte-americana recuou 0,5% no acumulado da semana até ontem, encerrando o pregão a R$ 5,5789. Essa queda ocorreu acompanhando o movimento do exterior e por realização de lucros após ganhos recentes.


No mercado físico, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informa que alguns negócios foram realizados, principalmente nos momentos de pico. O cenário do robusta foi um pouco mais agitado em função de os produtores temerem depreciações futuras. Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram, respectivamente, em R$ 596,04/saca e R$ 410,24/saca, com avanços de 0,9% e 1,6%.


Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que o tempo permanecerá seco na maior parte do cinturão cafeeiro do Brasil nos próximos 10 dias, favorecendo os trabalhos de colheita, que está em sua reta final. Há previsão de chuva apenas entre o Espírito Santo e o sul da Bahia, com acumulado de até 20 milímetros, e na Zona da Mata de Minas Gerais (5mm).


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