BALANÇO SEMANAL CNC — 05 a 09/02/2018
CDPE recomenda orçamento recorde de R$ 4,960 bilhões do Funcafé para a safra 2018; alta de 1,4%
FUNCAFÉ 2018 — Na manhã de ontem, 8 de fevereiro, o presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, convidou os representantes da cadeia produtiva membros do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) para reunião prévia, no escritório do Conselho, em Brasília, para ajustar o posicionamento do setor a respeito da pauta da 25ª reunião do CDPE.
Os debates conduziram o alinhamento no sentido de a cadeia produtiva do agronegócio café trabalhar para a preservação dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), de maneira que continue sendo importante fonte de financiamento do setor, com capital de aproximadamente R$ 6 bilhões.
A esse respeito, logramos êxito ao longo da reunião do CDPE, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao aprovarmos um novo orçamento recorde do Funcafé para a safra 2018. Após nossas argumentações, o Comitê orientou a disponibilização de R$ 4,960 bilhões para a safra deste ano, sendo: i) R$ 1,862 bilhão para a linha de financiamento de Estocagem; R$ 1,063 bilhão ao Financiamento para a Aquisição de Café (FAC); R$ 1,100 bilhão para Custeio; R$ 925,2 milhões para Capital de Giro (R$ 425,2 milhões às Cooperativas de Produção, R$ 300 milhões às Indústrias de Torrefação e R$ 200 milhões às Indústrias de Solúvel); e R$ 10 milhões para a linha de Recuperação de Cafezais Danificados.
Na comparação com os recursos disponibilizados para a atividade no ciclo anterior, que totalizaram R$ 4,890 bilhões, o montante sugerido representou uma elevação de 1,4%. Para a safra 2018, é válido destacar o aumento de 8,9% frente a 2017 no capital destinado à linha de Custeio. Já o dinheiro para a Recuperação de Cafezais recuou a R$ 10 milhões e não houve destinação para Opções Privadas e Operação em Mercados Futuros, cortes que refletem uma otimização na aplicação dos recursos, já que há baixa demanda por essas linhas.
O CDPE também iniciou os debates a respeito do orçamento voltado à pesquisa cafeeira no ano de 2019 devido à celeridade necessária por parte do Governo para indicar os recursos para aprovação. Na oportunidade, destacamos que é preciso que os trabalhos se voltem à inovação tecnológica para melhorar a competitividade da cafeicultura brasileira, atendendo às demandas que partem da cadeia produtiva e possam, de fato, ter seus resultados aplicados com eficácia para o avanço do setor. A matéria terá encaminhamentos nas próximas reuniões do CDPE e também do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CDPD).
Em relação às estatísticas da cafeicultura brasileira, os titulares do Comitê de Planejamento Estratégico sugeriram o aprimoramento para que nossos números sejam mais críveis perante o mercado. Nesse sentido, aprovou-se, inicialmente, a destinação de R$ 100 mil para aperfeiçoar o levantamento dos estoques privados do agro café no Brasil, com o CNC assumindo a responsabilidade de solicitar aos atores do setor de produção a devida atenção e o devido retorno às solicitações e aos questionários encaminhados pelo Governo para que se chegue ao volume armazenado com maior exatidão.
FUNCAFÉ 2017 — De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até a manhã desta sexta-feira, o volume de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira liberado aos agentes financeiros, com data de referência de 8 de fevereiro, chegou a R$ 3,367 bilhões (clique na tabela abaixo), representando 73,2% do total de R$ 4,598 bilhões solicitados na temporada cafeeira atual.
Do montante recebido pelas instituições, R$ 1,423 bilhão foi destinado para a linha de Estocagem; R$ 793,7 milhões para Custeio; R$ 683,9 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); e R$ 465,8 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 234,2 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 156,6 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 75 milhões para o setor de Solúvel.
MERCADO — Os preços internacionais do café registraram ganhos moderados nesta semana. Sem novidades nos fundamentos, as cotações vêm oscilando, em meio à baixa volatilidade, influenciadas por vendas e compras especulativas, com essas últimas tendo se sobressaindo no acumulado e direcionado o mercado para terreno positivo.
De acordo com o relatório mais atual da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), os fundos diminuíram seu saldo líquido vendido em café na Bolsa de Nova York, com o volume declinando de 58.970 lotes, em 23 de janeiro, para 53.965 lotes no dia 30 do mês passado considerando futuros e opções.
Apesar desse cenário, o fortalecimento do dólar vetou maiores avanços nas bolsas internacionais. A divisa norte-americana avançou na semana à medida que se mantêm, no exterior, o nervosismo e a volatilidade gerados pelo receio de paralisação do governo Donald Trump caso fracasse o acordo em torno do orçamento dos Estados Unidos. Ontem, a moeda foi negociada a R$ 3,2811, com ganhos de 2,1% na semana.
Na ICE Futures US, o contrato "C" com vencimento em março de 2018 subiu 245 pontos de sexta passada até ontem, ficando cotado a US$ 1,2285 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento março do café robusta encerrou o pregão de quinta-feira a US$ 1.793 por tonelada, com avanço de US$ 29 na comparação com a semana anterior.
Em relação ao clima, a Somar Meteorologia informa que o avanço de um ar mais seco deixará o tempo firma no nordeste de Minas Gerais e em grande parte do Espírito Santo no sábado de carnaval. Para as demais áreas da Região Sudeste, a previsão é de pancadas de chuva, as quais virão em forma mais volumosa em São Paulo e no sul de Minas devido à aproximação de uma frente fria e às áreas de instabilidade formadas a mais de 10km de altura na atmosfera.
No mercado físico, os preços acompanharam o cenário internacional e registraram discreta alta. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta subiram 0,6% e 1,5%, negociados, respectivamente, a R$ 442,31/saca e a R$ 320,68/saca. A liquidez permanece baixa, mas foi observado o fechamento de alguns negócios no spot, em especial no que se refere ao arábica.