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Simcafé 2024 reúne lideranças do setor cafeeiro em Franca (SP) com a presença do CNC


O tradicional Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana (Simcafé), evento organizado pela Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (COCAPEC), encerrou-se nesta quinta-feira, 07, em Franca (SP), registrando um grande sucesso. O Conselho Nacional do Café (CNC) esteve na abertura, representado pelo presidente Silas Brasileiro. O evento contou também com a participação do Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, em nome do governador Tarcisio de Freitas.


Durante a abertura, Silas Brasileiro, ressaltou a importância das cooperativas como a COCAPEC na promoção do desenvolvimento do setor cafeeiro. Em seu discurso, Brasileiro destacou o comprometimento e a dedicação de Carlos Sato, da diretoria e dos colaboradores da cooperativa em fortalecer a cafeicultura na região da Alta Mogiana.


O Simcafé é um evento anual que reúne lideranças da cafeicultura e do cooperativismo, bem como autoridades políticas, para apresentar novidades tecnológicas e oportunidades exclusivas para os produtores de café. A região da Alta Mogiana, abrangendo 15 municípios, é mundialmente reconhecida pela qualidade de seus cafés, cultivados em altitudes privilegiadas e beneficiados pela aplicação de tecnologias pós-colheita.


Destaca-se o aumento na produção de café este ano no Estado de São Paulo, estimada em 5,4 milhões de sacas beneficiadas, representando um crescimento de 7,4% em relação a 2023. O café é um dos principais produtos da balança comercial agrícola de São Paulo, com um embarque equivalente a US$ 896,95 milhões em 2023.

O presidente do CNC fez um resumo das ações estratégicas adotadas pela entidade em 2023, além de apontar perspectivas para 2024, durante sua participação no evento. Ele destacou o trabalho realizado pelo CNC em diversas áreas, incluindo relações governamentais, diplomáticas, intercooperação e parcerias internacionais.


Mapa


Entre as ações mencionadas por Silas Brasileiro estão os encontros com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), em que o Conselho participa de projetos como o Café do Governo, o Programa Nacional de Lavouras Resilientes, a produção da Plataforma AgroBrasil+Sustentável, para tratar questões relacionadas à cafeicultura brasileira em âmbito internacional.


Relações diplomáticas


O CNC tem consolidado parcerias estratégicas como parte de sua abordagem proativa para tratar questões fundamentais relacionadas à cafeicultura brasileira em âmbito internacional. Destacam-se as reuniões frequentes com o Itamaraty e com representantes da Rebraslon (Representação Permanente do Brasil junto aos Organismos Internacionais em Londres), que têm se revelado fundamentais na discussão de temas essenciais para o setor cafeeiro nacional em uma perspectiva global. Estes encontros, que contam com a participação ativa do Embaixador José Augusto Silveira de Andrade e sua dedicada equipe da Rebraslon, abordam uma gama diversificada de assuntos, todos centralizados na promoção e defesa dos interesses da cafeicultura brasileira no cenário mundial.

A interação contínua e produtiva com membros da Rebraslon tem proporcionado informações estratégicas valiosas, fundamentais para as tomadas de decisão do CNC no complexo mercado europeu e global.


O Conselho destacou ainda a participação do Brasil nos encontros do G20, mostrando no Itamaraty (Brasília), na Marina da Glória (Rio de Janeiro) e no Ibirapuera (São Paulo), aos líderes de países que representam cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional, o princípio da sustentabilidade da produção de café do Brasil. O presidente do CNC, Silas Brasileiro, foi convidado como delegado, tendo livre acesso a todas as áreas restritas do evento, podendo falar sobre como o café brasileiro é produzido dentro dos princípios sustentáveis.


Relações de intercooperação


Silas Brasileiro fez questão de reforçar a importância da intercooperação para o avanço das pautas fundamentais para a cafeicultura. Segundo ele, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, tem sido um grande líder cooperativista, inclusive cedendo pessoas do corpo técnico da entidade para o apoio ao setor cafeeiro em diversas frentes.


Organização Internacional do Café – OIC


O CNC está em constante contato com a Diretora Executiva da OIC, Dra. Vanusia Nogueira, que com dedicação, conhecimento e capacidade tem dinamizado a Organização Internacional do Café, e assim, defendido os interesses do setor produtivo de café. O Conselho atua também na Junta Consultiva do Setor Privado, como o principal representante nacional, onde se relaciona com os países consumidores e produtores de café, apresentando e defendendo a sustentabilidade da cafeicultura brasileira e a capacidade produtiva e comercial do Brasil. Garante assim, a confiabilidade do país no que diz respeito ao abastecimento mundial.


  • Acompanhamento do CoffeeTalks: Conversa entre entidades, representantes da iniciativa privada do CDPC, Rebraslon e OIC.

  • Força Tarefa Público Privada do Café: O CNC participa dos 3 grupos de trabalho instalados, cujas seguintes pautas têm sido discutidas, e atua em sinergia com a Resbralon e demais entidades da cadeia café.

  • Acompanhamento dos trâmites de publicação do novo AIC, assinado na Colômbia no início do mês de outubro de 2022, que traz novidades importantes para o setor cafeeiro. As mudanças entraram em vigor em fevereiro de 2024.

Funcafé


Através da luta dos representantes da iniciativa privada do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) foi possível o descontingenciamento de R$ 40 milhões do Funcafé, no PLOA 2023, para o investimento em programas diversos, não se esquecendo que os recursos do descontingenciamento estão sujeitos a projetos para serem aprovados pelo Comitê Técnico do CDPC. O Conselho Nacional do Café delineou com o Ministro Carlos Fávaro a destinação e aplicação dos R$ 40 milhões.


Pesquisa cafeeira – parceria com a Embrapa


Para 2024 estão previstos R$ 22 milhões do Funcafé para a pesquisa cafeeira. A Embrapa Café compartilhou com os membros do Comite Técnico do CDPC, apresentação em que propõe orçamento do PNP&D/Café para 2024 com a proposta de duas chamadas, a primeira se refere aos Bancos de Germoplasma e segunda chamada com 09 desafios de inovação. Foi criado um subcomitê dentro do Comitê Técnico do CDPC para avaliação de todas as propostas de pesquisa apresentadas com a utilização de recursos do Funcafé.


“Sugerimos a aprovação dos recursos solicitados de 22 milhões de reais e apresentamos premissas, pressupostos, ou seja, requisitos de conformidades que devem ser considerados na análise e aprovação dos projetos de pesquisa, inovação encaminhados ao Subcomitê”, explicou Silas Brasileiro.


Parceria com a CONAB


O presidente do CNC contou também que a entidade iniciou no final de 2023 uma parceria importante com a Conab para o alinhamento entre as cooperativas e a entidade, afim de discutir e contribuir para revisão metodológica da estimativa de safra de café, realizada pela estatal. Assim, ficou definida a criação de um grupo de trabalho que conta com a condução da Conab, balizado pelo CNC e a OCB, contando com o apoio de cooperativas e outras entidades. Ricardo Lima, Superintendente Comercial da Cocapec, tem conduzido o trabalho como coordenador do Comitê Técnico de Estatística do CNC.


Aliás, nos comitês técnicos a diversidade de experiências e conhecimentos que as entidades podem trazer são fundamentais para enriquecer ainda mais as discussões e contribuir para a eficácia das ações propostas.


Café Produtor de Água


O Conselho Nacional do Café deu início à expansão do Programa Café Produtor de Água. A ideia é levar o projeto para todas as regiões onde estão instaladas cooperativas ligadas à entidade. O CNC, com uma visão voltada para a proteção dos mananciais e matas ciliares, lançou em 2021, o Programa, em convênio com as associações e cooperativas vinculadas à entidade, além dos parceiros: Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB – Sescoop), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG) e Prefeituras Municipais.


O programa impressionou o mercado consumidor internacional já que os objetivos são bem claros: cuidar do meio ambiente com a preservação das matas ciliares, protegendo os mananciais, além de proporcionar a recuperação de estradas vicinais, fundamental para escoamento da produção e melhoria da qualidade de vida da população rural. Como consequência, evitará o assoreamento de rios e lagos, promoverá proteção de nascentes, oferecerá a construção de bacias de contenção, evitando assim, erosões.


Diversidade de origem


Silas explicou ainda os motivos pelos quais o CNC é contra a diversidade de origem de café. Segundo ele, isso pode impactar mercados onde o café do Brasil tem boa aceitação, mas que ao menor preço, pode ser substituído pelo comprador. “Por isso, não podemos ceder tecnologia, conhecimento ou material genético a outros países, sem contrapartidas de defesa ao produtor”, explicou.


O presidente do CNC disse ainda que o Brasil é o único país produtor de café do mundo que tem uma legislação específica, tanto ambiental quanto social. “Temos uma legislação trabalhista com garantias plenas ao trabalhador, como o seguro desemprego, férias, o décimo terceiro salário, a aposentadoria, a seguridade social, a licença maternidade, as horas extras remuneradas, entre outros. O Brasil tem um Sistema Único de Saúde (SUS) que serve como referência a outros países. Na questão ambiental, o Código Florestal foi um grande marco para a proteção de nossas nascentes, matas ciliares, reservas florestais, entre outros. Portanto, a produção brasileira de café pode garantir que está preparada para demonstrar ao mundo nossa capacidade de atender as exigências do novo regulamento europeu, bastando apenas alguns pequenos ajustes que já estão sendo providenciados”, argumentou, ressaltando que o Brasil não pode aceitar imposição de salários a trabalhadores rurais, já que o país tem legislação própria e não aceitará intervenções de nenhuma organização internacional.


“O Simcafé 2024 foi um evento de sucesso que promoveu o fortalecimento e a integração do setor cafeeiro, além de proporcionar um ambiente propício para a troca de conhecimentos e o estabelecimento de parcerias estratégicas para o futuro da cafeicultura brasileira”, elogiou Silas Brasileiro.


Foto: Ascom Cocapec


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